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Celso da Conceição Coutinho

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Celso da Conceição Coutinho foi um dos homens mais dignos que conheci e sempre admirei muito. Excelente filho, irmão e pai de família, escritor e tribuno de escol. Vibrante líder estudantil, foi presidente da FAME – Federação Acadêmica Maranhense de Esporte. Primoroso craque de futebol amador, encantou as plateias gonçalvinas, tendo sido campeão intermunicipal jogando pela seleção de Guimarães.

Submeteu-se aos concursos de Promotor de Justiça e de Juiz de Direito no Maranhão. Logrou em ambos o terceiro lugar. Foi Deputado Estadual, Presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão e, mais de uma vez, prefeito de Guimarães, sua terra natal.

Extremamente honesto, nunca sucumbiu à tentação de lançar mão dos dinheiros públicos.
Titular de um rendoso Tabelionato, poderia ter ficado rico de modo honesto. Preferiu distribuir o que lhe rendia o Cartório com muitas pessoas necessitadas que diariamente iam aguardar sua chegada ali.

Lembro-me, dentre outros, do caso de um menino oligofrênico, abandonado pela família de classe média da nossa sociedade, que aterrorizava as pessoas e praticava furtos constantemente.

Celso adotou de fato esse infeliz menino e conseguiu recuperá-lo ao ponto de confiar a ele a função de efetuar depósitos bancários de elevado valor e receber dinheiro em mãos de outras pessoas.

Esse pequeno temido pelas pessoas encontrou em Celso um abnegado pai.

Prematuramente esse menino morreu e o seu velório no salão principal do Cartório contou com a presença de muitas pessoas que sabiam da sua triste história e do querer bem que Celso lhe dedicou.

Essa criança não foi conhecida pelo seu nome é em respeito a sua memória e ao querer bem que Celso lhe tributou eu prefiro não mencionar.

Celso deixou a esposa Maria Alice, médica que sempre solidária esteve ao seu lado e um exemplar casal de filhos: Denise, farmacêutica, e Celso Antônio, Promotor de Justiça.

O coração de Celso, que sempre foi dos outros e muito pouco dele, resolveu parar depois de ver quanto ele sofreu neste mundo na luta contra as injustiças, contra a desonestidade e a falta de amor ao próximo.

Tenho a mais absoluta certeza: Celso da Conceição Coutinho, meu querido compadre-irmão, que nos deixou, tomou justo assento na Morada do Pai.

Alberto José Tavares Vieira da Silva


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